Nossa, agora que eu vi! São praticamente dois meses sem escrever aqui. Escrever aqui claro, pois tenho escrito muito! Tanto que até doem os dedos. E a cabeça algumas vezes.
Meu corpo teve que se acostumar com a nova rotina. Quase tudo é novo. Até algumas coisas que pareciam velhas, de repente são novas. Parece que absolutamente tudo mudou – pelo menos na minha estreita visão.
E apesar disso continuo me adaptando facilmente a qualquer mudança... Tem dias que o corpo inteiro sente – em cada fio de cabelo, mãos, coluna e pés. Ah, os pés! Me confundo e acho que eles são o centro do corpo. Toda a energia está concentrada neles. E então eles enchem de bolhas, de hematomas e dói. Dói até dar câimbra.
Meus pézinhos em dia de viagem: sempre pra cima! |
Nunca reparei nisso antes – em como meus pés são tão sensíveis às mudanças. Na praia eles sofreram com a areia grossa, afinal minha última parada tinha sido numa cidade tão fria que eu devo ter ficado uns seis meses sem ver o meu pé (tá bom, só via na hora do banho). E dai a pele fina teve criar resistência, novamente. E agora ele voltou aos sapatos – apertados, quentes, com camadas de meias!
E nesse jogo de “tira sapato – põe sapato” são os pés que sentem. E quando eles sentem o corpo todo padece. As pernas não encaixam e a coluna não estica e a cabeça gira. Enquanto os pés gritam...
E como pode uma pessoa que gosta tanto de liberdade nos pés – eu AMO andar descalça! – gostar tanto de sapatos?? E pensando bem, acho que nunca tive tão poucos sapatos... Até porque chinelos Havaianas não contam – e desses eu tenho uns seis ou sete. Gosto tanto de sapatos que até os chinelos entram na coleção! Piração.
Tem gente que gasta dinheiro com celular, outros com comida, algumas mulheres preferem as bolsas. Eu sou dos sapatos. Sou daquele tipo que quando gosto de um modelo levo logo quatro (calma! um de cada cor).
Isso porque meu pé não ajuda manter o vício. Eles são o centro do meu corpo e são chatos – digo chatos no sentido de serem complicados. Pensando bem acho que eles são chatos no formato também. Fora o tamanho errado para o mercado brasileiro: 35,5. E ai o 35 fica apertado e o 36 largo. Pés chatos...
E no meio de todos estes obstáculos: pés que gostam de ser livre, tamanho estranho, pés chatos (complicados) e chatos (formato) novamente, ainda sim, sou louca por sapatos.
Pés e sapatos que vivem em briga eterna. Mas convivem em harmonia com o resto do meu corpo pesado. Um sistema de acordos em que cada um sede um pouco. Tem dia que os sapatos ganham. Às vezes o corpo vence. E finalmente o dia que os pés reinam.
Afinal, sem eles eu não saio de casa. E quando eles travam não existe conversa no mundo que os façam mudar de opinião.
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