Cortei o cabelo! De novo.
Pra quem me conhece sabe que isso não é novidade nenhuma. Meu cabelo deve ser o que mais muda na minha imagem. Eu mudo a cor, o corte e o que mais puder. Por qualquer motivo.
Se tiver um evento eu enrolo. Se mudar de cidade eu corto. Se tá tudo muito parado eu tonalizo. É como uma diversão!
Um dia dá uma louca e deixo crescer. Dura alguns meses. Mas tenho que esquecer que ele existe! E ai é um desespero. Lá no fundo eu gostaria de mudar de cabelo como mudo de roupa. Se tiver uma festa coloco aquele cabelão loiro sexy e o vestido decotado. Se for para trabalhar vamos manter o curto arrumado e reservado junto com o terninho preto - para garantir o respeito. Na balada, porque não um todo repicado e pink?! Meu sonho...
Dizem por ai que as mulheres mudam o cabelo quando trocam de namorado. Pra mim isso é muito sério! E bem real. Porém não é a única razão. Todas as outras razões do mundo são válidas pra mim.
Tenho amigos que fazem aposta de como estará o meu cabelo. Cores e tamanhos.
Ele já foi de tudo. Longo, médio, curto, curtíssimo. Loiro quase branco ao preto - passando por todas as nuances e finalmente vermelho, uma infinidade de tons de vermelho. E todas ao mesmo tempo. E ai quando parece que ficou bom, eu vou lá e invento umas mechinhas. Mechas mais claras, mais escuras ou de outra cor.
Quando me casei perguntei pro meu marido: que cor vc quer no meu cabelo? Ele disse vermelho. Não contente com a resposta eu passei o vermelho. E depois fiz mechas loiras, castanhas e pretas - de uma vez só.
Meu único problema é a falta de paciência com quem faz tudo isso. Na mesma intensidade que gosto de mudar eu desgosto de ir ao cabeleireiro! Tudo demora. E passa a cor e lava e passa a outra e lava e faz mecha e lava e tem um tal que tonalizar depois... aff! Não sou alucinada pelo salão. Às vezes faço em casa mesmo: enrolar, cortar ou tonalizar.
Imagino que sou o sonho de consumo de qualquer hair stylist, chego à frente dele e digo: faça! Tem alguns que até assustam e ficam o tempo todo fazendo perguntas se tá bom ou se é assim ou assado. Não me interessa! Acho que tem medo da bronca, afinal tem tanta mulher que chora por causa de alguns centímetros de cabelo. E ai eu reforço: pode cortar! Ou ainda: pode deixar mais tempo! - quando rola o medo de ficar muito claro. A parte que eu mais gosto é quando vem com uma coisa nova: navalha, máquina, tesoura com dentes, sei lá o que mais.
Talvez tudo isso seja a razão pela minha falta de fidelidade com o profissional. Eu até gosto de alguns. E me mantenho com eles. Por outro lado, sempre aparece uma oportunidade de experimentar outro. E lá vou eu. Atrás do desing, da arte, da criatividade. Do brilho nos olhos daquele que coloca a mão em meus cabelos e deixa sua marca.
Por vezes dá errado. Tudo bem, cresce de novo!
sexta-feira, 22 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Fissura
Não vou usar a gíria para este caso. Fissura hoje significa que rachei o osso. O osso do pé para ser mais precisa.
Numa caminhada boba e diária com Maria (minha cachorrinha) torci o pé. Buraco de calçada. E eu estava bem devagar. Fico imaginando se eu tivesse correndo... Ui. Deu até pra ouvir o "clek" quando pisei no buraco. Sentei e chorei. Até faltou o ar. Não me lembro de ter sentido dor igual.
Como tudo na vida tem uma razão tenho minha mãe aqui comigo por uns dias. Ela pegou Maria levou pra casa e depois voltou pra me buscar. E ai começou aquele processo de chamar táxi, ir ao ortopedista. Raio-X. Pé imobilizado. Cadeira de rodas. Volta pro táxi.
Relembrei a brincadeira do Saci e fico pulando num pé só. E o resto do tempo tenho que ficar sentada - ou deitada. E o pé pra cima - literalmente com o pé pra cima! Por quantas vezes a gente tem tanta vontade de não fazer nada e colocar o pé pra cima. Quantas vezes pensei nisso: ai, tudo que queria era colocar os pés pra cima... E nunca pensei que pudesse ser assim. E claro que não queria que fosse assim! Mas agora é forçado. Imperativo. Repouso absoluto. Tirar o pé do chão por sete dias (olha o sete ai, gente). Ou até parar de doer. No momento a dor nem me permite imaginar tocar o chão.
E nem quero pensar na hora do banho! Ai que saco! Pelo menos o pé é mais fácil que o joelho, o braço ou a mão. Mesmo assim, nem quero pensar. Deixa o sofrimento pra hora certa.
Ainda bem que Ju não tá por aqui. Ter que trabalhar o dia todo e depois chegar e ter que me aguentar. Trancada em casa o dia todo e com dor. Uma ótima companheira! Vai sobrar pra minha mãe. Que resolveu me visitar bem agora. Já tô até com pena. Sobe escada. Desce escada. Pega água, trás o remédio. Faz a comida e leva o prato. E por ai vai.
Mais um episódio dessa vida. E dói hoje para dar risada depois. Coitada da Maria que vai ficar sem seus passeios. E da minha mãe, que vai me carregar da cama pro sofá. E do sofá pra cama.
Numa caminhada boba e diária com Maria (minha cachorrinha) torci o pé. Buraco de calçada. E eu estava bem devagar. Fico imaginando se eu tivesse correndo... Ui. Deu até pra ouvir o "clek" quando pisei no buraco. Sentei e chorei. Até faltou o ar. Não me lembro de ter sentido dor igual.
Como tudo na vida tem uma razão tenho minha mãe aqui comigo por uns dias. Ela pegou Maria levou pra casa e depois voltou pra me buscar. E ai começou aquele processo de chamar táxi, ir ao ortopedista. Raio-X. Pé imobilizado. Cadeira de rodas. Volta pro táxi.
Relembrei a brincadeira do Saci e fico pulando num pé só. E o resto do tempo tenho que ficar sentada - ou deitada. E o pé pra cima - literalmente com o pé pra cima! Por quantas vezes a gente tem tanta vontade de não fazer nada e colocar o pé pra cima. Quantas vezes pensei nisso: ai, tudo que queria era colocar os pés pra cima... E nunca pensei que pudesse ser assim. E claro que não queria que fosse assim! Mas agora é forçado. Imperativo. Repouso absoluto. Tirar o pé do chão por sete dias (olha o sete ai, gente). Ou até parar de doer. No momento a dor nem me permite imaginar tocar o chão.
E nem quero pensar na hora do banho! Ai que saco! Pelo menos o pé é mais fácil que o joelho, o braço ou a mão. Mesmo assim, nem quero pensar. Deixa o sofrimento pra hora certa.
Ainda bem que Ju não tá por aqui. Ter que trabalhar o dia todo e depois chegar e ter que me aguentar. Trancada em casa o dia todo e com dor. Uma ótima companheira! Vai sobrar pra minha mãe. Que resolveu me visitar bem agora. Já tô até com pena. Sobe escada. Desce escada. Pega água, trás o remédio. Faz a comida e leva o prato. E por ai vai.
Mais um episódio dessa vida. E dói hoje para dar risada depois. Coitada da Maria que vai ficar sem seus passeios. E da minha mãe, que vai me carregar da cama pro sofá. E do sofá pra cama.
Meu pé tomando um pouco de sol, pra esquentar os dedinhos! |
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Sozinha
Por muitas vezes fico sozinha. Juliano viaja e me deixa só. Pode ser por uma noite, duas ou quarenta. Cada cidade que a gente vai ele tem outra pra ir. Normal. Não reclamo. Já tive que viajar por muitas vezes também. Mas no trecho, quando percebo, estou completamente sozinha.
E minha vida muda totalmente. Meus horários ficam malucos. Não tenho vontade de ir pra cama dormir. Fico sempre até muito tarde vendo um filme - ou dois, ou três. Sinto que a cama não fica tão confortável. No frio então, pior ainda: não esquenta! E cada dia que ele fica longe, mais tarde eu vou dormir. E mais tarde eu acordo. E tudo fica atrasado. O café-da-manhã é as onze, o almoço é as dezesseis. Jantar lá pelas dez ou onze da noite. E ai antes de dormir tem que ter um chá, afinal já passou das duas. Em uma semana minha vida já está de cabeça pra baixo.
Consigo preencher meus dias mesmo sem a rotina de quando ele está em casa. Talvez eu leia mais ou fique mais tempo no computador – com certeza! Cuido mais do meu jardim. Passeio mais com a cachorra. Tem dia que não dá vontade de fazer nada e tem dia que não paro. Aproveito sua ausência para mudar as coisas de lugar - de preferência os móveis da sala ou do quarto. Tiro tudo dos armários e separo aquilo que deve sair. Escrevo. Escrevo mil coisas.
E passeio. Ando por todos os cantos da cidade. Parques. Conheço ruas novas. Visito lojas conhecidas. Vou ao shopping e ao cinema. Vez ou outra ligo pra alguém conhecido e programo uma visita. E vou variando: um dia eu cuido da casa, um dia eu saio de casa, no outro não saio do sofá. Às vezes fico até as duas da madrugada trabalhando e no outro dia não trabalho.
Tenho prazer em ficar sozinha. Divirto-me. Adoro a calma e o silêncio. Gosto de não ter hora pra nada. Trabalho no horário quer quiser. Se der vontade de comer eu como, se der vontade de sair eu saio. Livre. Completamente livre.
E ai começa a saudades da rotina. Saudades do homem que vive ao meu lado e do agito que ele causa quando chega em casa todos os dias. Sem ele perco a noção dos dias e das horas. Tanto faz se é terça-feira e se já é meio-dia. Responsabilidade zero.
Ele me faz viver melhor. Minha vida sem ele seria uma bagunça. E cada vez que acontece é ainda mais gostoso quando ele volta pra casa. Esse tempo sozinha me faz muito bem, porém melhor ainda é tê-lo em casa. Falando ou dormindo. Em casa.
E ai tudo volta ao normal. A rotina toma forma. Minha vida anda nos trilhos. Visto novamente a roupa da responsabilidade e volto ao mundo dos seres humanos comuns. Comuns e cheios de complicações, de loucuras. Que são necessários para nos dar o mínimo de stress. Um pouco de ansiedade. Que agita o sangue e faz o coração bater mais rápido.
E de repente já é hora de mais uma viagem. E me entrego a mim mesma novamente. Sozinha. Absolutamente só.
E minha vida muda totalmente. Meus horários ficam malucos. Não tenho vontade de ir pra cama dormir. Fico sempre até muito tarde vendo um filme - ou dois, ou três. Sinto que a cama não fica tão confortável. No frio então, pior ainda: não esquenta! E cada dia que ele fica longe, mais tarde eu vou dormir. E mais tarde eu acordo. E tudo fica atrasado. O café-da-manhã é as onze, o almoço é as dezesseis. Jantar lá pelas dez ou onze da noite. E ai antes de dormir tem que ter um chá, afinal já passou das duas. Em uma semana minha vida já está de cabeça pra baixo.
Consigo preencher meus dias mesmo sem a rotina de quando ele está em casa. Talvez eu leia mais ou fique mais tempo no computador – com certeza! Cuido mais do meu jardim. Passeio mais com a cachorra. Tem dia que não dá vontade de fazer nada e tem dia que não paro. Aproveito sua ausência para mudar as coisas de lugar - de preferência os móveis da sala ou do quarto. Tiro tudo dos armários e separo aquilo que deve sair. Escrevo. Escrevo mil coisas.
E passeio. Ando por todos os cantos da cidade. Parques. Conheço ruas novas. Visito lojas conhecidas. Vou ao shopping e ao cinema. Vez ou outra ligo pra alguém conhecido e programo uma visita. E vou variando: um dia eu cuido da casa, um dia eu saio de casa, no outro não saio do sofá. Às vezes fico até as duas da madrugada trabalhando e no outro dia não trabalho.
Tenho prazer em ficar sozinha. Divirto-me. Adoro a calma e o silêncio. Gosto de não ter hora pra nada. Trabalho no horário quer quiser. Se der vontade de comer eu como, se der vontade de sair eu saio. Livre. Completamente livre.
E ai começa a saudades da rotina. Saudades do homem que vive ao meu lado e do agito que ele causa quando chega em casa todos os dias. Sem ele perco a noção dos dias e das horas. Tanto faz se é terça-feira e se já é meio-dia. Responsabilidade zero.
Ele me faz viver melhor. Minha vida sem ele seria uma bagunça. E cada vez que acontece é ainda mais gostoso quando ele volta pra casa. Esse tempo sozinha me faz muito bem, porém melhor ainda é tê-lo em casa. Falando ou dormindo. Em casa.
E ai tudo volta ao normal. A rotina toma forma. Minha vida anda nos trilhos. Visto novamente a roupa da responsabilidade e volto ao mundo dos seres humanos comuns. Comuns e cheios de complicações, de loucuras. Que são necessários para nos dar o mínimo de stress. Um pouco de ansiedade. Que agita o sangue e faz o coração bater mais rápido.
E de repente já é hora de mais uma viagem. E me entrego a mim mesma novamente. Sozinha. Absolutamente só.
domingo, 3 de julho de 2011
Fumaça
Sinto o cheio que vem de fora. Madeira queimando. E não é qualquer madeira, é de lareira.
Vejo a fumaça subindo em direção ao céu de mesma cor. Quase não se vê a diferença dos tons. Chove e faz frio. E assim ambos se revezam - um brigando com o outro para ver quem é mais forte, quem ganha. Dias úmidos e frios. Vidros embaçados.
Entre a cama, o computador, a TV e os livros preencho meus dias. Os banhos são demorados. Gosto de ver o vapor saindo pela porta e encontrando o ar frio. Fumaça. Branca e leve. Que flutua pelo corredor.
Tem também o vapor que sai da xícara de chá. Dentre os diversos sabores escolhidos no Mercado Central, dois ou três sempre são especiais. O cheiro do capim limão. O gosto da camomila. Fumaça com aroma. Que penetra as narinas. Que chega à cabeça e trás lembranças.
Fumaça que sai da boca quando falo. Que evapora das panelas de comida. Do prato de sopa. Do queijo derretido no sanduíche. Do café fresco.
Frio e calor. Toda essa diferença de temperatura que mantem o silencio lá de fora. Não vejo ninguém com coragem para andar na rua. Nem carros. Nem motos. Os cachorros estão em suas camas. E seus donos também devem estar.
Aqui dentro tudo é paz. Escuto apenas a chuva que vai e volta. Sinto apenas o frio que vai e volta. E lá fora só a fumaça sobrevive. Lutando para ganhar espaço entre os pingos grossos. E chegar ao céu.
Vejo a fumaça subindo em direção ao céu de mesma cor. Quase não se vê a diferença dos tons. Chove e faz frio. E assim ambos se revezam - um brigando com o outro para ver quem é mais forte, quem ganha. Dias úmidos e frios. Vidros embaçados.
Entre a cama, o computador, a TV e os livros preencho meus dias. Os banhos são demorados. Gosto de ver o vapor saindo pela porta e encontrando o ar frio. Fumaça. Branca e leve. Que flutua pelo corredor.
Tem também o vapor que sai da xícara de chá. Dentre os diversos sabores escolhidos no Mercado Central, dois ou três sempre são especiais. O cheiro do capim limão. O gosto da camomila. Fumaça com aroma. Que penetra as narinas. Que chega à cabeça e trás lembranças.
Fumaça que sai da boca quando falo. Que evapora das panelas de comida. Do prato de sopa. Do queijo derretido no sanduíche. Do café fresco.
Frio e calor. Toda essa diferença de temperatura que mantem o silencio lá de fora. Não vejo ninguém com coragem para andar na rua. Nem carros. Nem motos. Os cachorros estão em suas camas. E seus donos também devem estar.
Aqui dentro tudo é paz. Escuto apenas a chuva que vai e volta. Sinto apenas o frio que vai e volta. E lá fora só a fumaça sobrevive. Lutando para ganhar espaço entre os pingos grossos. E chegar ao céu.
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