quarta-feira, 26 de outubro de 2011

B-I-C-I-C-L-E-T-A



... sou sua amiga bicicleta!” Já cantava Toquinho. É assim que me sinto quando estou com a magrela.

Ela lembra a infância com meu pai: eu e minha bicicletinha azul e as rodinhas. Depois que as rodinhas foram embora teve uma época que eu adorava emprestar as bicicletas dos meninos lá da minha rua. Era época da BMX e das bikes freestyle. Eu gostava dos malabarismos e de andar em pé atrás de alguém ou de andar sozinha sem segurar o guidão.

Sou eu que te faço companhia por aí
Os tombos sempre foram um episódio a parte. Imagine uma criatura atrapalhada como eu sou andar por ai de bicicleta. Cair fazia parte do pacote. E ainda faz!

Uma vez cai na areia vermelha do sítio dos meus tios em Sorocaba. E aquela areia não apenas ralou a minha pele branca como penetrou nos poros... Até hoje a área do joelho ainda é meio avermelhada. E isso já deve ter mais de 20 anos! Outra vez na Praia Grande – mais ou menos nessa mesma época – eu cai numa ruazinha cheia de pedrinhas, no asfalto. Ainda consigo lembrar a dor...

Teve uma que fui atrapalhada mesmo, eu atropelei um carro parado. Isso mesmo. O carro estava parado, eu estava andando de bicicleta e olhando para o lado. Quando vi já era tarde demais e dei de encontro com o carro – repito: parado!
Rodo a roda e o tempo roda
A bicicleta sempre fez parte da minha vida e sempre com a bicicleta dos outros! Eu não tive bicicleta até perto dos 20 anos. E quando tive foi presente de um primo mais velho. E se você me perguntar que fim levou esta bicicleta eu não sei dizer.

Eu sou daquele tipo que gosta de alugar bicicleta em qualquer lugar: nos parques de São Paulo, nas praias do Rio, nas ruas de Paris.

Sinto não poder usar como meio oficial de transporte. Em Três Lagoas/MS eu fui muitas vezes trabalhar de bicicleta. Detalhe: bicicleta que ganhei da minha cunhada!

Já fiz um tanto de coisa legal de bicicleta. Conheci lugares lindos. Teve uma trilha que fiz com meu marido em Parati/RJ que foi sensacional! Conhecemos muitas cachoeiras, o centro histórico e no fim paramos num alambique. Aff. Bicicleta com cachaça nunca deu muito certo. Ic!

Sou eu que te levo pelos parques a correr
Aqui em Curitiba é uma coisa meio que necessária. Parece que todo mundo anda de bicicleta. Tem ciclovia pra tudo quanto é lado. Até pintaram uma faixa vermelha no asfalto para sinalizar uma ciclovia aos domingos – quer dizer, nem todo domingo... E nem vou falar muito disso porque a coisa não é muito certa! E domingo passado quando eu vi lá estava eu no meio de passeata/protesto por causa dessa tal ciclovia da faixa vermelho. Cheguei à conclusão que não tenho mais idade para estes protestos. Na verdade eu estava bem feliz por causa da nova faixa para eu poder andar com segurança no meio da rua. Mas o povo todo tava protestando por que ela é curta, porque tá do lado errado da rua, porque deveria funcionar todos os dias, etc. Acho até que concordo com eles. Mas tô fora de passeatas!
E andar de bicicleta aqui é realmente muito gostoso! As ciclovias passam por lugares turísticos, limpos, organizados, seguros e o melhor: a grande maioria da ciclovia está em ótimo estado! A gente roda de 15 a 20 quilômetros beirando ruas, parques, praças e até a linha do trem.

Se fizer sol temos que disputar espaço com os pedestres e com as enormes famílias que andam juntinhas e devagar. Além de cachorros, patins, skates e tudo mais. Tudo bem, isso prova que ela é necessária e que faz as pessoas saírem de suas casas e aproveitarem a cidade, a família, o tempo de lazer. E claro, ainda cuidam da saúde.

Corpo ao vento, pensamento solto pelo ar
Por falar em saúde, não posso esquecer a bicicleta da academia - que não sou muito fã, mas até já comprei uma ergométrica para pedalar em casa, num tempo muito distante lá atrás. É óbvio que não funcionou! A da academia tem música, gente, animação e aquelas deliciosas aulas de spinning. Ai! Eu gosto sim, mas cansa. 

Bom mesmo é andar na rua, com o vento na cara! Sol ou chuva. Frio ou calor. Tem dia que sinto cada músculo do corpo doer, mas enquanto rodo por ai sinto apenas prazer. E uma deliciosa sensação de liberdade. 

Detalhe: hoje a bicicleta é minha, tá bom?! E comprada por mim.

Fica mais uma dica de algo que faz bem para o corpo e para a alma. Animem-se! Andar de bicicleta é tudo de bom!


**Deixo o resto da música do Toquinho para aqueles que também curtem:

Sou eu que te levo pelos parques a correr,
Te ajudo a crescer e em duas rodas deslizar.
Em cima de mim o mundo fica à sua mercê
Você roda em mim e o mundo embaixo de você.
Corpo ao vento, pensamento solto pelo ar,
Pra isso acontecer basta você me pedalar.

Sou eu que te faço companhia por aí,
Entre ruas, avenidas, na beira do mar.
Eu vou com você comprar e te ajudo a curtir
Picolés, chicletes, figurinhas e gibis.
Rodo a roda e o tempo roda e é hora de voltar,
Pra isso acontecer basta você me pedalar.

Faz bem pouco tempo entrei na moda pra valer,
Os executivos me procuram sem parar.
Todo mundo vive preocupado em emagrecer,
Até mesmo teus pais resolveram me adotar.
Muita gente ultimamente vem me pedalar
Mas de um jeito estranho que eu não saio do lugar.

B-I-C-I-C-L-E-T-A
Sou sua amiga bicicleta.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

São Francisco


Acredito que todos tem uma razão para existir. Alguns cumprem esta missão com afinco, outras simplesmente passeiam pela vida, como se nada fosse de responsabilidade delas.

Francisco de Assis foi um cara desses que resolve dizer a que veio. E sem planejamento ou propaganda. Ele resolveu deixar a família, o dinheiro do pai comerciante, o estudo e tudo mais. E viver.

Viver de amor. E mais nada.

Pode ser uma besteira o que vou dizer, mas ele foi um dos primeiros grandes ativistas pró-natureza da Terra. Ele amou e protegeu tudo que tem vida: a grama, os pássaros, etc. E aquilo que a natureza nos oferece para cultivar a vida: a chuva, o sol, etc.

Ele transpirava amor. Amor sem fronteiras, sem razão, sem interesse. Amor por excelência e por opção. Busco todos os dias ter um pouco só do seu amor. Só um pouquinho para que me faça mais paciente, mais flexível. Que destrua os meus medos e receios.

Ele foi um ser iluminado. E que iluminou muita gente desde que resolveu seguir seu caminho. E como todo caminho ele encontrou pedra, buraco, montanha. E também muitos gramados verdes e cheios de flores, terra macia e água fresca. Com os pés descalços sentiu cada um destes caminhos. E seguiu em frente. 

Além de tudo, era o cara mais bem humorado do mundo, ele acordava dizendo: Bom dia Sol! Bom dia irmão! Queria eu poder ter também só um pouco desta gratidão matinal... E meu mau humor pela manhã seria esquecido.

Pra mim, ele é “O cara”. Alguém que me dá coragem, esperança e razão. Eu gostaria de viver mais como ele viveu, mas ainda não evolui tanto assim. Experimento algumas coisas. Tento me doar aos outros. Tento ser atenta ao mundo. Tento ter amor por tudo e por todos. Nem sempre dá certo... 

Recorro a ele todos os dias. E cada dia aprendendo um pouco mais.

Não vim aqui para falar de religião, apenas de um homem. Ser humano como eu e você. Que viveu de amor. Dando e recendo. Só amor. E com isso conquistou o mundo.

Terça-feira desta semana foi seu dia. Oportunidade para lembra-lo, para conhecê-lo. E para nos lembrar de que tudo é possível. E que é possível, principalmente, viver melhor. 

Com amor. Só amor.