segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Afilhados


Na verdade é apenas um, mas como ele tem um irmão gêmeo podemos considerar logo os dois.
Desde que saí de São Paulo meu contato tem sido cada vez menor e as minhas “obrigações” de madrinha tem sido cada vez menos praticadas. E eu sofro por isso. Cada foto que vejo, cada notícia que tenho é como se meu mundo caísse por não poder acompanhar todos os episódios. Até parece exagero, mas não é. Sinto muita falta.

Mesmo com a pouca convivência tenho paixão por eles. E eles são dois meninos muito lindos – e não é porque sou madrinha. Eles são educados, tranqüilos e lindos – não canso de repetir. O pai deles é meu primo, que tem mais ou menos a minha idade e crescemos praticamente juntos. Os pais dele - ou seja, meus tios - são meus padrinhos. E ai a coisa fica mais interessante. Eu realmente gosto demais daquela família. 

No fundo eu gosto de todos do mesmo jeito: tios, primos, etc. Sinto muita falta de todos também... Estou assim porque vi as fotos da festa de aniversário da minha avó – da qual eu não estive presente, né?! Mas aqueles dois meninos são especiais pra mim e o pior, estou perdendo a convivência com eles.

Tudo é complicado, pois eles também moram fora de São Paulo e quando estou lá nem sempre consigo um dia para poder vê-los e aí o tempo vai passando... Passa tão rápido para as crianças. Eles crescem numa velocidade que está além da minha capacidade de entendimento. Quando eu dava aula para os meninos (as) da idade deles eu me impressionava com o desenvolvimento em tão pouco tempo. E eu sei que me afastar deles nesta idade me deixa cada vez mais distante de suas vidas futuras.

Entrar neste mundo não é muito fácil e não depende da gente, eles é que dão o tom. Se uma criança não se identifica com você por algum motivo é complicado ter qualquer tipo de relação com elas. Mas quando eles são tomados pela confiança e pelo amor... É como mágica! Não existe amor mais sincero, mais puro. É o sorriso que se abre, o beijo de verdade, o abraço com vontade e dar a mão por necessidade. São pequenos, mas são enormes. São criativos, vivos, intrigantes. Cada um tem sua criação, seu sofrimento, suas manias. Tão pequenos e tão fortes.

Vejo as fotos deles e sinto cada uma destas coisas. Tão iguais e tão diferentes. Os dois lembram demais o pai deles – cada um a sua maneira. E pra mim isso é ainda mais forte, já que me lembro do meu primo numa idade bem próxima à deles. E mesmo por foto é possível reconhecer traços de personalidade de cada um deles. A maneira como os braços do pai ficam ao redor de cada um. Os olhos que falam. A falta dos dentes na boca. A altura. Tão iguais e tão diferentes do pai...

Amo calada. De longe. Peço à Deus que os proteja, que os mantenha felizes e amados. Sei que estou em falta. Ainda vou reverter isso. Um dia.

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